segunda-feira, 13 de junho de 2011

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA NA EJA

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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


Nas escolas públicas existem sérios problemas de avaliação do aluno. Isso requer uma melhor capacitação dos docentes para que se possa substituir a avaliação classificatória empregada pela maioria dos professores, pela avaliação diagnóstica. É bom lembrar que a Progressão Continuada deixou de ser importante, pois os alunos são promovidos no final do ano ou semestre, independentemente da realização ou não da avaliação classificatória. Pelas leituras que fizemos, a avaliação diagnóstica é uma avaliação pedagógica e não punitiva. Por meio dessa avaliação, o professor precisa localizar ,num dado momento, em que etapa do processo de construção do conhecimento encontra-se o estudante, e em seguida, identificar as intervenções pedagógicas que são necessárias para estimular o seu progresso. O professor deve também analisar a matriz dos erros e acertos, ao mesmo tempo interpretar a produção do aluno.
Inserir a avaliação como parte fundamental ao planejamento pedagógico, e não como apêndice, é um desafio constante para quem assume a função cotidiana da educação na gestão da sala de aula, bem como nos espaços convencionais dos processos educativos. E foi isso que fizemos no dia 01 de junho de 2011 . A Educação de Jovens e Adultos (CEJA – Universitário Goiânia- GO), aplicou pela primeira vez a Avaliação Diagnóstica para os alunos da 3º e 4º semestres da III Etapa (Ensino Médio). Essa avaliação constituiu em conteúdos que servirão para implantar os projetos pedagógicos com seus princípios e funções. Os objetivos propostos nesses projetos visam orientar e definir ações, que promoverão as aprendizagens. A ênfase, destacada no projeto, incide particularmente sobre a função diagnóstica e sua relação com a atividade pedagógica desenvolvida pelos educadores. Considerando que o desenvolvimento de conhecimentos ampara-se nas funções diagnóstica, formativa e somativa, tais categorias funcionais da avaliação apresentam distintas funções.Elas devem estar diretamente relacionadas e estreitamente ligadas em sua complementaridade.
A metodologia da prova é a mesma da Prova Brasil, que integra o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB. Índice criado pelo INPE em 2007, o qual representa a iniciativa pioneira de reunir num só indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médio de desempenho nas avaliações. Ele agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações em larga escala do INPE a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos pelo Censo Escolar, e as médias de desempenho nas avaliações do INPE, determinam que o Saeb avalie as unidades da federação do país, e a Prova Brasil avalie os municípios.
Os pontos relevantes nos projetos que elaboramos incidem, particularmente ,sobre a função diagnóstica e sua relação com a atividade pedagógica desenvolvida pela Educação de Jovens e Adultos – EJA. O conhecimento da realidade é condição preliminar para o planejamento: a determinação de objetivos, a seleção dos conceitos a serem aprendidos e os procedimentos metodológicos foram orientados pelo diagnóstico realizado. A avaliação diagnóstica abrangeu a caracterização individual e coletiva da turma, bem como, seu conhecimento prévio no que concerne a linguagem escrita – Língua Portuguesa e linguagem numérica – Matemática.
Objetivando oferecer aos educadores condições para o conhecimento da realidade do aluno na escola EJA, a Secretaria de Estado da Educação realizou a 2ª Avaliação Diagnóstica nas escolas da rede pública estadual de ensino regular. Porém, para EJA,esta foi a primeira vez, pretendendo destacar a função diagnóstica dentro do processo de ensino-aprendizagem, tornando-a um elemento que oriente, verifique os avanços e promova as transformações desejadas. As avaliações internas feitas pela Secretaria da Educação não reprovam os alunos, e nem os classifica. São ferramentas de planejamento, utilizadas a cada dois meses.
Nesta unidade de ensino, os alunos fizeram a avaliação diagnóstica na própria sala de aula, acompanhados pelos professores regentes, por uma servidora da subsecretaria, além da participação dos tutores pedagógicos, que orientaram o processo de avaliação e fizeram a correção das provas.
Os alunos tiveram duas horas para responderem às questões e preencherem o cartão de respostas. Os resultados do desempenho de cada aluno foram repassados às escolas, para servirem de parâmetro para intervenções no sentido de elevar o nível de aproveitamento das aulas.
Os aspectos avaliados no diagnóstico incidem sobre o perfil do aluno competências de: leitura, escrita, pensamento lógico-matemático e habilidade escrita. As provas de Língua Portuguesa e Matemática foram aplicadas em média para 410 alunos dos anos finais da terceira etapa da Educação de Jovens e Adultos – EJA, neste estabelecimento de ensino. Os resultados da primeira avaliação realizada no dia 3 de março do corrente ano, os dados apresentados mostram que os alunos da segunda fase do Ensino Fundamental são os que apresentam maiores dificuldades em Língua Portuguesa e Matemática. As médias verificadas entre os estudantes de 9º ano foram de 4,4 em Língua Portuguesa e 2,8 em Matemática. Esses resultados gerais e outros pontuais imprimiram um novo ritmo de trabalho às escolas, que a partir de então possuem as informações reais das condições de aprendizado dos alunos.
A aplicação das avaliações em nossa Unidade Escolar foi realizada com sucesso, porque contamos com participação de alunos e professoras e os resultados estão conforme esperávamos. Apesar da surpresa que tivemos em relação a avaliação, determinando que as provas seriam as mesmas tanto para o 3º e 4º semestre, porém foi gratificante, pois os conteúdos são diferenciados, mesmo assim o objetivo pedagógico foi alcançado.
As informações e os resultados obtidos são considerados importantes para o professor, porque é com base neles que poderá desenvolver os principais mecanismos com os quais controlará, com autonomia, seu processo de trabalho. "Sabendo o que os alunos já sabem", ele terá uma referência segura para elaborar seu planejamento pedagógico e estabelecer metas a serem atingidas, selecionando e criando atividades pertinentes aos níveis de conhecimentos dos alunos, estabelecendo formas de trabalho adequado para as turmas heterogêneas. No CEJA, os resultados são apresentados e discutidos nos dias de trabalho coletivo,e nesse momento pedagógico é avaliado o desempenho dos alunos, visando estabelecer metas a serem alcançadas nos próximos diagnósticos. As atividades determinadas para os dias de trabalho coletivos são destinadas para que os educadores repensem o projeto político pedagógico, e elaborem metas necessárias para o bom andamento do cotidiano escolar.
É com grande expectativa que aguardamos a terceira avaliação diagnóstica, pois acreditamos que será possível verificar se as estratégias elaboradas pelos gestores e professores estarão condizentes com a avaliação da aprendizagem como processo construtivo de um novo fazer. Esperamos que a cada edição, a Secretaria da Educação aprimore esse processo avaliativo. .
Sugerimos que, para inserir os professores regentes das duas áreas avaliadas ao processo de diagnóstico e planejamento, a Secretaria da Educação ministre cursos de capacitação para gestores, coordenadores pedagógicos, tutores e professores. Em toda a rede estadual de ensino, os profissionais deveriam receber orientações a respeito dos descritores (habilidades que os alunos devem dominar em cada fase do aprendizado) de cada conteúdo tanto de Matemática quanto de Língua Portuguesa.
Acreditamos que não é apenas a partir de uma situação de avaliação que o professor chega a conclusões sobre seus alunos, mas sim de muitas situações observadas, isto é, assumir o diagnóstico da aprendizagem continuamente, para tomar a decisão de ultrapassar as dificuldades detectadas.
Por fim, queremos parabenizar a Secretaria da Educação, pelas ações empreendidas na qualidade da educação, implantando com ineditismo a avaliação diagnóstica em Goiás.

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